27 de ago. de 2010

Sexto dia - Bangalore - Varanasi

7 de agosto , sabado - 5:30 da manha eu ja' estava esperando o onibus para ir ao aeroporto. 150 rupias por pessoas. Não me importava em pagar, pois possuia ar-condicionado e era limpo. LIMPEZA, era uma palavra rara no vocabulário dos indianos, porém sempre havia a esperança de que os lugares fossem LIMPOS. 

Quarenta minutos depois estou no aeroporto, que me surpreende por ser novo, grande e limpo (o contrário de Varanai que era pequeno, velho e sujo). O principal motivo para Bangalore ter um aeroporto de grande porte é pelos famosos engenheiros de computação e o fato de ser conhecida como Silicon Valley da Índia.

 Voei com uma companhia aérea de low cost chamada SpiceJet. Nada em especial, vendiam tudo, água e comida e chegamos no horario previsto a Delhi. Dentro do terminal tentava achar uma cabine telefonica para ter certeza que o hotel que havia mandado e-mail tinha confirmado a reserva, mas num aeroporto tão novo e bonito, todos os telefones públicos estavam fora de serviço. Tambem não havia serviço de internet. Resultado: cheguei em Varanasi as 4 da tarde sem saber se teria ou não quarto disponivel no hotel que havia planejado.

 Ao descer, me assusto com o tamanho do aeroporto. Mais parece um ponto de onibus (ponto de onibus, não terminal de onibus), uma casinha minúscula, com dois banheiros. Escapo das pessoas que me oferecem serviços de hotéis e traslados, para procurar um tuk-tuk para me levar ao centro, mas não encontro.

 Uma pessoa corre atrás de mim e diz que fosse com aqueles estrangeiros e dividisse o táxi com eles. E fui. Perguntei a qual ghat de Varanasi eles iam, e por coinscidencia era o mesmo que eu ia: Manikarnika Ghat. Descobri que eram espanhois e fomos conversando toda o trajeto até a cidade.

Aprendi tambem outra dica valiosa de viagem com eles, nunca pedir para que o táxi o deixe em frente ao hotel. Peçca para que deixe em um ponto de referencia próximo, mesmo que ele saiba qual hotel estiver indo, pois assim o preço da diária fica fácil negociar com a recepção e voce nao pagará comissão para o motorista que apenas o levou até lá (que era a obrigação).

 Descemos na delegacia, pois os espanhóis, Javier e Ruth, recém haviam chego do Nepal e numa regra nova de controle de imigração na Índia para pessoas que estão chegando pela segunda vez com o mesmo visto, o governo indiano exige que seja registrado no primeiro distrito policial da cidade de entrada.

 Para evitar problemas na saída, melhor seguir as ordens. Depois de andar, e primeiro achar o Corpo de Bombeiros, chegamos a Delegacia e l'a, ainda com tecnologia da d'ecada de 60, pilhas e mais pilhas de arquivos, apenas um computador velho empoeirado no canto,e policiais que não conseguiam achar o formulário, os espanhóis são infoarmados de que eles precisam de 6 fotos. Ruth olha para eles com os olhos esbugalhados: " 6 FOTOS? NEM A MINHA MÃE TEM SEIS FOTOS MINHAS". De maneira educada (algo raro ate' o momento), os policiais riem e dizem que não se preocupassem, mas que voltassem no dia seguinte para fazer a papelada.

 Então seguimos a peregrinação para o hotel. Como não saberia chegar ao hotel que fiz a reserva, decidi ver se o hotel que eles iriam tinha disponibilidade. Fomos andando pelas vielas de Varanasi, no meio de sujeiras, merda e MUITA mosca, perguntando a cada esquina aonde ficava o Manikarnika Ghat e meia hora depois, passando ao lado de um local que saia muita fumaça e cheio de lenha (que era o Ghat em que cremavam às pessoas), chegamos ao Scindhia Hotel, um prédio de 6 andares com vista privilegiada do Rio Ganges.

                                    Scindhia Guest House, edificio amarelo ao lado direito da foto

 Ao perguntar da reserva de Ruth e Javier, disseram que não haviam recebido por e-mail, mas que tinham quartos disponíveis por 550 rúpias naquela noite e na noite seguinte apenas de 750 rúpias, com sacada de frente para o Rio Ganges. Pelo pouco que haviamos andado naquele dia, não queriamos voltar a rua para pesquisar preços de hotéis e topamos de imediato.

Quarto de 550 rupias por noite

 O quarto estava limpo, e de ótima apresentação, e após o check-in iríamos buscar algo para comer, mas como chegaram mais espanhóis, não houve chance de sair, pois eles não paravam de conversar em voz "altíssima"e acabou que já era tarde e havia escurecido. Entao decidimos jantar no hotel mesmo.

Vista da sacada do quarto de 750 rúpias por noite

Naquela noite, conhecemos outros espanhóis que haviam agendado dois guias para levar pela cidade. Devido a facilidade de se perder, seria muito complicado chegar aos lugares sozinhos. Nos encontrariamos com eles as 9 da manhã para o tour com guia e 5 da manhã para fazer o passeio de barco.

 A sensação era de desconforto no primeiro dia em Varanasi, vendo tudo por fora, como se o hotel fosse a prisão e que não valesse a pena se expor na rua, porque não havia iluminação suficiente Também se avistava da janela do quarto a fumaça que queimava os corpos.

Vista do Ghat Crematorio (apelido que dei por nao saber o nome do Ghat), que na verdade se chama Manikarnika Ghat

 10:30 da noite, hora de dormir que a rotina será puxada no dia seguinte.

Nenhum comentário:

Postar um comentário