28 de ago. de 2010

Décimo Primeiro Dia - Orcha, Gwalior e Agra

12 de agosto, quinta-feira - Tomamos uma decisão muito infeliz, ir de Orcha a estação de onibus de Jhansi e descobrimos que nao havia onibus direto a Agra, apenas onibus até Gwalior, metade do caminho e de lá para Agra teríamos que pegar outro onibus, resultando numa viagem no dobro do tempo que de trem. De Jhansi a Gwalior levava 4 horas para percorrer menos de 200 quilometros e mais 4 horas de Gwalior a Agra. Descobri depois que o motivo eram as más condições da estrada, hora cheia de buracos, hora apenas uma pista para ser compartilhada com veiculos vindos em mãos opostas.

Chegamos em Gwalior as 11 da manhã e Ruth queria ver visitar a fortaleza que havia na cidade. Eu não queria, e tambem Javier também não. Queriamos (eu e Javier) chegar o mais rápido possivel a Agra e ainda faltavam pelo menos mais 3 a 4 horas, mas acabamos decidindo ver a Fortaleza. Colocamos as malas no tuk-tuk e concordamos com o preço, 50 rúpias, pouco mais de R$2,00.

Chegando na entrada da Fortaleza o motorista disse que não tinha permissão para seguir adiante, e ai veio um baixinho gordo de certa idade (uns 50 anos) contando como chegar, o que pagar e o que iriamos ver, cercado de uns 10 indianos que riam de nós quando ele falava das coisas e preos. Diziam eles que não era permitido veículos de fora e que se quisessemos conhecer a Fortaleza, teríamos que pagar o equivalente há 800 rúpias, sendo 400 do veículo e 400 do guia, ou poderíamos ir caminhando por alguns quilometros até chegar lá. Aos poucos, devido a maneira confiante como ele falava, contando que era melhor estar com ele do que sozinhos, pois ninguém iria nos incomodar ou tentar vender algo, alem de afastar os batedores de carteira.

Depois de muito blablabla' disse que nao cobraria o servico de guia, mas que não perdessemos a oportunidade de conhecer o lugar, mas logo mudou de ideia e disse que cobraria apenas 600 rúpias por tudo.

Chegamos ao consenso eu Ruth e Javier. Finalmente subimos no carro dele já de saco cheio da conversa para conhecer a fortaleza, mas ao adentrar, oindiano disse: "Sei que voces sao boas pessoas, simples, mas de boa indole, entao quero avisar agora, que chegando lá, além dos valores de guia e carro, haverá uma taxa de 150 rupias por pessoa." Me levantei sem olhar para o Ruth e Javier e chamei o motorista do tuk-tuk que ainda estava no local para me levar de volta para a estação e não falei mais nada com o guia. Ruth e Javier me seguiram, Ruth revoltadíssima porque queria conhecer a Fortaleza e descontou a furia ao chegar no MacDonald's (porque não havia nenhum lugar descente para comer naquela cidade). Lembrando que estavamos mortos de fome e era 1 da tarde e não tivemos cafe-da-manha. Ruth não admitia o fato de que o cara estava nos enrolando e achava que o lugar era imperdível. Na minha cabeça, nada substituia a idéia de que os melhores fortes estavam no Rajastão (e depois descobri que estava certo) e que ali não era nada em especial. Porém não foi fácil suportar a cara fechada da Ruth, e pensei em abandonar o barco devido ao mau humor desnecessario, logo há dois dias de visitar o Taj Mahal.
Para variar o MacDonald's segue o padrão de servico indiano e demora 15 minutos para me entregar um hamburger vegetal, uma torta de pizza com queijo e um refrigerante. Impressiona que a lentidão nos serviços atingam até os fast-foods.

Voltamos a estação de onibus, e nas próximas 3 horas de onibus fomos mudos até Agra num clima pesado.

Chegamos em Agra e com o clima ainda pesado, tomei a dianteira e arranjei o tuk-tuk dizendo que nos deixassem na porta sul do Taj Mahal, por 50 rúpias (usando como base um local famoso para descer e de lá buscar sozinhos pelo meio de hospedagem evitando as altas taxas que são repassadas a pessoa que leva ao hotel). Ao chegar lá, o motorista queria saber aonde ficaríamos, e dissemos que não sabiamos. Reclamou que era pouco o que cobrou para nos levar, e eu já de saco cheio disse que fizesse o serviço bem feito ao invés de depender da grana de comissão de hotéis levando turistas. Saí de perto sem esperar a réplica.

O primeiro hotel era bom, com uma vista FABULOSA do Taj Mahal, porém na inspeção da Ruth, o banheiro não passou. O segundo queriam cobrar mais, umas 550 rúpias, e renegociei dizendo que pagariamos 400 porque ficariamos 2 noites ao inves de uma. Normalmente as pessoas se hospedam apenas uma noite e nós ficaríamos duas, portanto estes 400 multiplicados por 2 noites e multiplicados 2 quartos dariam 1600 rúpias. Se comparado com os 1050 rúpias que ganharia em uma noite para dois quarto, melhor aceitar. Acatou o dono do hotel, mesmo sem saber se Ruth confirmara ou não se ficaria com o quarto.

Desci e logo acertei tudo com o hotel a minha parte e informei a Ruth e Javier que eu ficaria ali, mas caso eles quisessem buscar algo, que ficassem livres, pois para mim o local estava de bom tamanho. Eles acabaram ficando.

Na mesma noite já havia feito os meus planos: dois dias dias depois pegaria o trem para Ajmer. Para evitar problemas com bilhetes, comprei com antecedencia. Comprei um bilhete para Ajmer, desistindo de Jaipur, local mais próximo devido ao excesso de assédio aos turistas por parte dos ambulantes, transito caótico, inúmeros mendigos.

Para jantar, fomos a um local e como de "praxe" na INCREDIBLE Índia (maneira como o governo indiano promove a Índia pelo mundo), leva geralmente 1 hora para chegar o prato que se pede. Jantamos (Ruth já mais calma) e planejamos que no dia seguinte iríamos a Fatephur Sikri. O plano inicial era ir ao Taj Mahal mas descobrimos que nas sextas-feiras é aberto apenas para muçulmanos.

Hora de descansar, que no dia seguinte haveria mais histórias para contar

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