28 de ago. de 2010

Décimo Segundo dia - Fatehpur Sikri

13 de agosto, sexta-feira - não estava nos planos ir a Fathpur Sikri na sexta-feira, mas como mas como o Taj Mahal fechava para turistas e ficava disponivel apenas para os muçulmanos, o jeito era conhecer Fatephur Sikri, uma pequena cidade ha' 40 quilometros de Agra, e que estava declarada Patrimonio da Humanidade. Saímos 10 da manha, pois ningu'em era de ferro. Devido ao lento serviço dos restaurantes de Agra, que em media levavam 1 hora para servir os pratos também não ajudava os turistas. Não era para menos, apenas dois fogareiros para preparar 15 pratos. À noite, para piorar, ainda cai a bleak-out, então não se pode esperar para esperar muita coisa. Se não bastaste, quando a eletricidade retorna,o dono do restaurante liga o som alto, a televisão, o dvd e todos os aparelhos eletronicos do local. Se não racionar, vai faltar...
Depois de alimentados, pegamos um onibus e fomos por 1 hora em uma estrada em linha reta mas com espaco para apenas um carro, porém deveria ser compartilhada em duas mãos. Por algumas vezes vi Jesus me chamando (ou Shiva, deus da destruição para os hindus).
Chegando lá, fomos direto a Mesquita Jama Masjid,localizada há 54 metros acima da parte baixa da cidade, mas sem antes ser incomodados por "chatos" que querem se oferecer de guia para levar aos lugares, em especial as lojas em que ganham comissão. Despachamos uns 3 até chegar na mesquita. Javier teve um bate-boca mais acalorado com outro que dizia que ele estava nervoso e ele retrucava que não, nervoso estava o indiano). Mas como eu precisava de um saron (especie de saia que os homens usam), pegamos um destes “chatos” para nos mostrar e me colocar um saron para eu poder entrar (eu estava com bermudas). Nos mostrou como tirar as melhores fotos da mesquita, as tumbas, mas como já era esperado, teríamos que aguentar a sessão de vendedores ambulantes.

Mesquita Jama Masjid

Saron

No primeiro, recusamos de cara, no segundo sentamos para comprar algo. Queriam que levasse duas peças por 1000 rupias, uma lamparina esculpida em pedra e um tartaruga esculpida em pedra. Depois de 15 minutos argumentando, paguei 300 rupias pelos dois. Mesmo sabendo que estava inflacionado o preço da peças, achei que foi bom negocio e hoje está decorando a sala de casa. Javier e Ruth gostaram de uma lamparina de 50 centimetros de altura, toda esculpida em uma peça de pedra, que diziam eles que era mármore branco. Ruth dizia que esta era muito cara, que queria de pedra normal, e eles insistiam que era melhor comprar a de mármore branco porque era o mesmo material que fizeram o Taj Mahal. Começaram a negociacao em 6000 rupias, mas ao final estavam ofertando 1200 rupias. Eles nao levaram. Quando voltavamos para a estação de onibus, um vendedor voltou a baixar o preço da lamparina para de 1200 e foi baixando de cem em cem até chegar em 700 rupias, mas já era tarde, eles haviam perdido a fé nos vendedores e desistiram de comprar devido a oscilação de preço.

Lamparina esculpida em pedra



Próxima parada : Palácio e Pavilhões de Fatehpur Sikri. Ingresso: 250 rupias; chateação de guias: NÃO TEM PREÇO.

Após passar pela bilheteria, o guia começou, venha por aqui que já vou explicar o palácio. Eu, num ataque de fúria controlado disse: "Com licença. Da mesma forma que voce tem o direito de oferecer o seu servico, eu tenho o direito de recusar. Então hoje gostaria de desfrutar com meus amigos apenas, sem nenhum guia. Reconheço seu trabalho, mas reconheça nosso direito de optar por ir sozinhos. Estamos num pais democratico e essa e' a nossa escolha." O guia emputeceu e gritando:"voces da Espanha tem muito dinheiro, é hora de compartilhar esta riqueza. É injusto o que voces estão fazendo comigo." E a tréplica minha para encerrar o bate-boca foi:" não sou espanhol. Venho de um país que é similar ao seu, e faço o que eu quero com meu dinheiro." E sentamos por 30 minutos debaixo da sombra da arvore para descansar e o guia foi a caça de outros turistas.

Para piorar, apesar de bem cuidado, o palácio não possuia informações suficientes sobre os espaços visitados, mas com um pouco de massa encefálica, poderia deduzir que é quase o mesmo filme, somente com diferentes cenarios: refeitório, dormintórios, pátio de audiencias públicas, pátio de audiencias privadas.



Pátio das Audiencias Públicas

Então, no pátio de audiencias públicas, em frente a um belissimo gramado, uma garota de 16 anos veio nos vender souvenirs. Perguntei quanto era 12 - 7 = ? Ela ficou por alguns instantes sem saber responder. Mudei a pergunta: 5 - 4 = ? Infelizmente ela não sabia. Como sempre, deve ser a mesma historia: nunca foi a escola; faz parte de uma familia enorme; trabalha para ajudar no sustento e uma hora vai achar um homem e repetir a mesma história. Assim vimos varias vezes esta cena na Índia.
Retornamos ao ponto de onibus para regressar a Agra logo após uma maré de criancas nos acercarem e oferecer suas bugigangas. Eles arranhavam espanhol e entendiam bem ingles. Tambem nunca foram a escola. Ruth perguntou a um deles. por que ele não ia a escola, pois era um garoto inteligente e esperto, e que estava perdendo tempo na rua, por que nao pedir para os pais para colocá-lo para estudar para ter melhores chances na vida? O menino respondeu que era uma boa idéia e que iria tentar.
Voltamos a Agra, jantamos e combinamos: proximo dia Taj Mahal 5:30 da manhã para fugir das enormes filas.

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