27 de ago. de 2010

Oitavo dia - Varanasi

ME TIREM DE VARANASI

9 de agosto, segunda-feira: Dia de Shiva. Neste dia Varanasi receberia ainda mais peregrinos que o normal. Não me pareceu boa notícia, mas em todo caso, eu para sair de Varanasi, primeiro precisaria comprar o bilhete de trem pela internet.
Meus planos eram ir de Varanasi a Bodhi Gaya, local em que Sidharta Gautama (Buda) alcançou a iluminação. Porém esta localizado ha 5 horas a leste de Varanasi e eu não me animava muito porque todos os outros locais que queria visitar estariam a oeste de Varanasi. Também queria sair desta cidade o mais rápido possivel. Cansado dos mosquitos, sujeira, vielas, vendedores e malandros, a minha única vontade era ser teletransportado daquele lugar para qualquer outro.
Pensando que teria que voltar a Varanasi para depois seguir para outro destino, desisti de Bodhi Gaya e comprei a passagem de trem para Khajuraho, mesmo local em que iam Javier e Ruth. Melhor viajar com alguém na Índia, que viajar sozinho. Em grupo voce não esta tão vulnerável quanto sozinho. É uma espécie de blindagem natural que evita aproximação indevida e quando tentam se aproximar, fica fácil ignorar.
Com Ruth e Javier indo a polícia fazer o registro de re-entrada, me restava passear pelos ghats (escadarias à beira do rio Ganges). Tinha aproximadamente 4 horas livres e decidi primeiro ver os corpos cremando. Alguns minutos depois já apareceria um chato para pedir dinheiro e apenas ignorei e me retirei deste local. Ao visitar outro local do mesmo ghat, apareceu novamente outra pessoa para querer explicar que era um enfermeiro dos velhos que ali estavam esperando para morrer e que eu doasse uma quantidade em dinheiro. Também me retiro alegando que já havia doado para outra pessoa que fazia a mesma coisa e decido ir a outro ghat ali próximo aonde ocorreu o espetáculo (ou cerimonia) no noite anterior.
Para evitar a mesma escadaria que havia caído no dia anterior, tentei ir por dentro das ruas, e me perdi. Um jovem oportunista se voluntariou a me ajudar mas eu disse que não, mas assim mesmo ele continuou me seguindo e distraindo. Cada vez eu me distanciava mais do ghat até que em certa altura perguntei a um policial e ele me disse para seguir aquele rapaz. Senti um pouco mais de confiança pela recomendação do policial, porém seguia em duvida se era este rapaz de confianca ou não por não pedir nada em troca. O meu instinto dizia que não. Até que um senhor gordinho e baixinho disse para mim que entrasse em sua loja, mas como não prestei atenção, entendi que alí era a entrada do ghat, e o rapaz gritou que não. Neste momento o senhor virou com a palma da mão na cara dele, e um e dois e tres tapas e logo veio mais gente linchar o garoto. Dei meia volta e me arranquei do local. Ainda retornando pelo caminho oposto, avistei um policial e informei que havia uma grande briga. Isso me deu mais tempo, e logo fui solicitando informações com os policiais como voltar para o Manikarnika Ghat.
Chegando lá, resolvi ficar pelo hotel até a chegada dos outros. Já havia visto o suficiente de Varanasi e não queria ficar lá mais.

Aproximadamente uma da tarde chegam Javier e Ruth e vamos juntos com outros espanhóis a estação de trem. Num calor infernal, pessoas deitam no chão da estação para esperar seus trens. Por sorte havia centro de recepção para turistas, com ar-condicionado. Lá nos sentamos e esperamos o nosso trem chegar as 4:30 da tarde. Pelo menos estávamos em um lugar confortável e tranquilo por 3 horas.


                                                     
 Subimos (Eu, Ruth e Javier) no trem meia horas antes de partir e depois fomos  descansar na cama ate' chegar em Khajuraho.

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