Para confundir ainda você, vou voltar no tempo e contar como cheguei a China. Era uma viagem de 90 dias pela Ásia, e primeiro era para conhecer apenas a Tailandia, mas depois o desejo foi aumentando para seguir ao Camboja, Vietnam, China e talvez Índia. Em Bangkok, dois meses antes havia tirado o visto para a China e para a Índia, mesmo sem saber se visitaria estes países.
De Hanói, Vietnam, peguei um trem a Guilin, China. Me falaram que valia a pena e que era muito bonito, então fui. Cheguei lá as 2 da tarde após 22 horas de trem e levei o primeiro choque: poucas pessoas falavam inglês, mas até o final da tarde eu não havia encontrado ninguém que falasse um palavra. Na Tailandia, no Camboja e no Vietnam não havia nenhuma problema com a comunicação pois todos falavam um pouco de inglês e dependiam dos turistas estrangeiros como fonte de renda para o turismo, mas eu (por ignorancia) não sabia que a China possuia uma demanda interna suficiente para lotar hotéis e restaurantes, que não necessitava se preocupar com qualidade de serviço para os estrangeiros.
E com o guia de viagens desatualizado, fui andando por várias quadras até chegar no hotel que eles recomendavam. Consegui um quarto compartido (mas que ninguém compartiu comigo) por 70 yuanes (US$10.00). Não tinha opção, não conhecia o país, a lingua e nem o preço das coisas.
Comer em restaurantes, nem pensar, não tinha nem idéia do que era a comida porque estava apenas em idiogramas, nada em inglês. Pela primeira vez me senti um analfabeto e consegui entender o porque das pessoas ao não conseguirem se comunicar quando não tem idéia do que está a sua frente ficam acanhadas e simplesmente desistem de tentar comunicar.
Para comer, eu escolhia uns noodles na rua e não sabia que era extremamente apimentado. O jeito foi tentar achar algumas confeitarias, mas como o gosto deles é diferente do gosto Ocidental, os folhados eram doces para as coisas que esperava que fossem salgadas, um choque de sabores.
Também no primeiro dia já aprendi os valores chineses, ao comprar em uma loja bambu comestível,me deram uma nota de 10 yuanes falsa. Ao utilizar em outra loja eles recusaram e fiquei com cara de malandro no local. Na fúria contra os chineses, repassei a nota no dia seguinte a uma chinesa que queria me vender refrigerante por preço bem acima do valor normal, como o önibus estava saindo, dei a nota a ela e peguei duas garrafas de chá de limão e subi no ônibus de volta a Guilin.
Também no primeiro dia fiz a reserva de um tour de barco de Guilin a Yangshuo e no segundo dia quando peguei o barco, com duas francesas, descobrimos que ela uma furada. Primeiro, o barco não estava permitido a fazer o tour. Segundo, o local em que embarcamos não era o local prometido. Terceiro, para chegar a Yangshuo, tivemos que pegar um ônibus de linha normal e tivemos que pagar pelo bilhete. Resultado foi frustrante no primeiro local em que visitei, apesar de ser um dos locais mais bonitos da China.
O prometido era saída do porto de Guilin e desembarque em Yangshuo, com passeio de 3 horas pelo rio Lijiang e almoço no barco, cheio de turistas chineses. Foi totalmente o contrário. Me ferrei pela segunda vez no mesmo dia.
O prometido era saída do porto de Guilin e desembarque em Yangshuo, com passeio de 3 horas pelo rio Lijiang e almoço no barco, cheio de turistas chineses. Foi totalmente o contrário. Me ferrei pela segunda vez no mesmo dia.
Segunda parada: Shenzhen. Um amigo espanhol que havia conhecido 3 anos atrás na Turquia estava vivendo em Shenzhen e aproveitei para visitá-lo.